Aula de Pesquisa Mágica

A sala era no terceiro andar do colégio. O dia estava claro e cheirava a algo doce, estranhamente parecido com grama molhada, e ao mesmo tempo com papel velho. Uma mistura excitante e inebriante. A aula de pesquisas mágicas era o antro da criatividade e do prazer mental. Essas foram suas primeiras palavras em sala. Todos o olhavam com desconfiança, mas ele prosseguiu:

”Pensem bem: para que hoje você possa executar um simples Wingardium Leviossa, muita coisa teve de acontecer primeiro: alguém deve ter pensado em sua varinha, alguém deve ter projetado o feitiço etc. Para isso, foram necessários intensos anos de estudo e desenvolvimento. Nesse sétimo ano, não lhes explicaremos mais a história da pesquisa, como no quinto ano. O trabalho do sexto deve ser continuado. Só que de uma maneira mais complexa. O sétimo é o ano do artefato! Vamos lá!
O artefato que vocês verão foi fruto de uma pesquisa minha, por vários anos. E estou com ela no momento.

Apontou, então, para seu próprio dedo anelar, onde jazia um anel dourado simples, com alguns entalhes estranhos nele. Havia também alguns riscos em diamante.

”Esse é o meu anel. É ele que me permite continuar aqui, em forma física, ou seja, ele me permite ter carne e osso, e eu o chamo de Portal de Ísis. Esse anel contém vários elementos que foram incansavelmente pesquisados e unidos aqui de uma maneira muito especial: ele possui em si, gravado, um complexo encantamento que permite reorganizar os bytes de informação que compunham meu espectro, tornando-os palpáveis e sólidos. Para aprisionar o encantamento no artefato, geralmente usam-se símbolos-selo, que é o que temos aqui, entalhado por todo o anel. Ainda, para permitir a melhor circulação da energia mágica, pus alguns diamantes percorrendo todo o artefato, como uma grande rede de informações.
A pesquisa mágica é, por vezes, experimental, mas há sempre um embasamento teórico que sustenta todo o projeto. Então, vamos começar? Eu quero que cada um de vocês pense bem em algum artefato que vocês desejariam produzir esse ano. Quero então que vocês venham aqui novamente essa semana com a ficha abaixo preenchida, OK? É isso, gente, bom dia!”

Então, observou alunos excitados saindo pelas portas. Seria um ano deveras interessante.

Citação :

Vamos lá! Apresentei para vocês meu portal de Ísis, fruto de uma pesquisa e um desenvolvimento mágico. É isso que proponho a vocês agora. Desenvolver o projeto de vocês. Para começar, quero que deixem a lista abaixo preenchida, após a postagem da aula. Lembrem-se, vocês devem postar as reações e sensações de vocês às informações passadas. Sejam criativos, sempre!
Ficha:

Nome do artefato: Dê aqui o nome de seu objeto.
Objetivo do artefato: Aqui, diga para que ele funcionará, o que ele vai fazer, em detalhes.
Tipo de artefato: Diga aqui o que ele será. Uma estátua, um anel, um colar, etc.
Introdutória:
Aqui, uma redação de no mínimo dez linhas, explicando o porquê de se desenvolver este artefato, qual será a relevância dele e por que ele deveria ser apoiado.

Um dia com ar tranquilo e agradável, muito diferente dos dias de tormentos que vivenciávamos naquele período. A relativa paz se refletiu no professor. Quando entrou na sala parecia estar feliz e irradiava uma leveza de espírito que há muito tempo não notava. Rumores falavam da transcendentalidade material do professor, mas sempre o virá como humano de carne e osso e naquele que seria o último ano seu dentro do Educandário, já não acreditava mais nas histórias que diziam que Bruno Maia era um fantasma.

Todos sabíamos que o último ano era onde planejávamos um artefato mágico na aula de pesquisas, e por isso quando o professor iniciou todo o discurso sobre o trabalho por trás das magias e encantamentos, eu já esperava o que viria pela frente.

"O artefato que vocês verão foi fruto de uma pesquisa minha, por vários anos. E estou com ela no momento."

Quando notei que o artefato o qual professor falava era o anel que estava em seu dedo, senti uma discreta revira-volta em meu estômago e pensei: "Será verdade?" ...

O anel reluzia em um dourado bem polido e diamantes dispostos em sua circunferencia davam um aspecto de fluidez com a incidência da luz, como se o objeto estivesse em um plano imaterial.

”Esse é o meu anel. É ele que me permite continuar aqui, em forma física, ou seja, ele me permite ter carne e osso, e eu o chamo de Portal de Ísis."

Então não eram boatos, era a pura verdade. Professor Bruno realmente havia desencarnado, mas permanecia no mundo dos vivos por conta de um artefato mágico... Como ela agora sabia, agora restava saber o porquê do professor insistir em prolongar sua existência entre os mortais...

"Eu quero que cada um de vocês pense bem em algum artefato que vocês desejariam produzir esse ano. Quero então que vocês venham aqui novamente essa semana com a ficha abaixo preenchida, OK? É isso, gente, bom dia!”

Acabei me distraindo com minhas idéias e prestei atenção apenas no fim da aula... Mas a ficha já dizia tudo o que precisaria saber para o trabalho a ser entregue na próxima aula...

O trabalho foi extenuante sem nenhuma dúvida, foram longas noites dentro da biblioteca pesquisando e juntando informações até ter sua grande idéia. Quando professor Bruno entrou para dar a aula, no outro dia, o meu questionário já estava sobre sua mesa.

Citação :

Nome do artefato: O olho da Mãe Dináh

Objetivo do artefato: É capaz de ver o campo energético dos objetos e dos seres vivos. Desta forma, além de desvendadar a real "natureza" das pessoas, seria possível visualizar espíritos e criaturas invisíveis que trafegam silenciosamente no mundo material.

Tipo de artefato: Um óculos.

Introdutória:
É amplamente divulgado que cada objeto, animado ou não, emana um campo energético multicolorido denominado aura. A aura, segundo várias religiões e tradições esotéricas, é um elemento etéreo, imaterial, que emana e envolve seres ou objetos; é, por vezes também considerada como um atributo inerente aos seres vivos.

A forma e a cor da aura refletem o estado físico, mental e emocional da pessoa. Problemas de ordem física e/ou psicológica, ao alimentar sentimentos negativos, dariam à aura uma cor escura, como o marrom; cores claras significariam que a pessoa goza de boa saúde emocional. Emoções conscientes tendem a modificar a cor da pele da pessoa observada, dando às vezes uma impressão de alteração da sua textura. Estados emocionais semi-conscientes teriam maior propensão a projetar um halo luminoso, de uma distância de alguns centímetros até um metro do corpo, o que cria um efeito de campo detectável por quem esteja próximo, uma explicação para produção de simpatias ou antipatias, aparentemente gratuitas, mas que são efeitos de um fenômeno similar à influência de um campo magnético.

A visualização direta da aura de uma pessoa nos possibilataria determinar em qual esfera aquele indivíduo estaria mais propenso a atuar: para o bem ou para o mal. Assim como seria outra forma de detectarmos mentiras ou informações falsas por alterações significativas desta após a inverdade ser proferida.

Notas:

Viviane Lisboa:
Olá VIviane, também gostei muitíssimo de seu post. Quanto á ortografia e à gramática nada extremamente grave.
No quesito de post, mais especificamente, senti uma pequenina deficiência na descrição do interno de sua personagem. Seu post poderia ficar ainda melhor se você pusesse em conta as reações emocionais da Viviane. O que ela sentiu, exatamente? Prenda-se um pouco mias (não muito) à essa descrição, às vezes ela ajuda bastante!
Quanto ao seu artefato, MUITO bom, muito lgal sua pesquisa sobre a fundamentação e os motivos, simplesmente adorei... E o nome... PERFEITO! XD

Citação :

Nota final: 7,5