Encantamentos - Feitiços Elementais

Olavo já estava na cama quando a chata daquela coruja pardacenta apareceu... Seus olhos brilhavam na escuridão e seus pios finíssimos capazes de rachar cristais ecoavam pela torre da cedro... Mas olavo estava tão cansado, depois de um dia cheio de tarefas e atividades, que mal se importou com a presença da ave... E foi por isso que ela pousou na cabeceira da cama do monitor e começou a atacar sua cabeleira com pequenas e nada gentis bicadas.

- Hoy!!! Ouch!!! Sai... Que isso?!?... Tou sendo atacado!!!.. Que ave maluca é essa?!?!... De quem é essa galinha assassina?

Quando tentou se cobrir, protegendo-se do ataque galináceo, a coisa ficou pior e a coruja passou a dar rasantes sobre sua cama e emitir gritos mais estridentes. Em pouco tempo, uma penca de alunos estava dentro de seu quarto o ajudando a se livrar da incômoda penosa, até que alguém viu o pequeno pedaço de pergaminho na pata da coruja e, após finalmente agarrarem a coruja, conseguiram ler a mensagem que avisava que a aula do dia seguinte de Encantamentos seria no pátio...

- Todo este estrondo por causa de uma aula!!! ... AHhhhh!!!!.... Eu só quero dormir!!!!

...

No dia seguinte, a turma estava no pátio rindo da doida coruja que atacara Olavo e aguardando o início da aula... Era uma situação estranha aquela, uma aula de encantamentos ao ar livre não era o esperado do professor Bruno, que gostava de salas de aulas misteriosas com cenários espetaculares.

"Bom, bom-dia! Agora, hoje nós vamos falar sobre os feitiços elementais, temos que dar uma revisada nesse ponto, é muito importante. Um dos maiores requisitos para um bom bruxo é saber efetuar bem feitiços que envolvam o controle ou a geração de alguma forma natural, algum elemento da natureza, tendo visto: fogo, água, terra e ar."

A materialização dos componentes elementais no meio do pátio foi algo que não surpreendeu o jovem Rafaelli. Estava acostumado a ver sua irmã preparar aulas de Artes e Mistérios da Natureza se utilizando do mesmo método... E também por isso, Olavo sabia que se daria mal naquela aula...

Sempre desprezou e desdenhou dos mistérios naturais, talvez como forma de protesto ou simples rebeldia contra a irmã, e todo o esforço que fizera até então para evitar seu aprimoramento mágico nas artes de manipulação dos elementosa seria comprovado ali.

- Sr. Rafaelli, por favor...

A voz do professor veio como um raio direto em seu estômago, o fazendo gelar de cima a baixo.

O primeiro elemento seria a água... Olavo treinou o feitiço uma dúzia de vezes no ínicio do ano e achou que não teria dificuldades em repetí-lo...

- Aqua eructo

... E a água jorrou firme e fresca da ponta de sua varinha, enchendo o recipiente sobre a mesa. O feitiço de fogo seria um pouco mais difícil, Olavo aprendeu sua teoria há muito tempo, mas não tinha prática nenhuma... Então, encheu o peito de coragem e disse:

- Larcarnum Inflammare

A pilha de lenha que estava sobre o chão deu um estalo... Parecia que a temperatura ao redor da madeira aumentou bruscamente pois o ar acima da lenha se distorceu... Todos olhavam apreensivos... *CRAACKK*... um estalo maior fez os mais assustados saltarem para trás... e apenas uma fumaça deixou a pilha de madeira, arrancando risos de muitos... Olavo se irritou com os risos e fechou a cara!

O professor o incentivou a prosseguir com a próxima magia e assim Olavo desistiu do fogo e voltou sua atenção para o balde de metal.

- Volubilis terra

Por um pequeno momento de surpresa e alegria, Olavo, que sequer conhecia bem as últimas duas magias, ficou satisfeito ao ver algo parecido com um jato de lama deixar sua varinha enchendo o balde, mas quando o balde ainda estava pela metade, a lama parou de jorrar e foi que o jovem aprendiz notou a expressão de desapontamento do professor e se deu conta que não era bem lama que o professor queria, e muito menos meio balde.

Era a hora da última magia da sequência de humilhação elemental de Olavo Rafaelli:

- Pulsus Mystic... Pulsus Mystic... Puulsuuss Mystiiiic...

... Todos esperaram algo acontecer e... niente... nothing... nitchs... nada. Pelo menos desta vez não houve sustos ou risos e Olavo cedeu lugar a um novo aluno no momento que o professor agradeceu sua participação e rearrumava o cenário para o próximo coitado aluno.