aeroporto

Finalmente a tão esperada noite havia chegado. Péricles estava em um fino traje de gala bruxo, cercado por seus melhores homens. Apesar da tentativa de serem discretos durante a passagem pelo Aeroporto, suas vestes o traíram e alguns olhares trouxas se voltaram para o grupo de forma curiosa.

Assim que chegou ao Terminal de Cargas, um baú metálico, lacrado por um antigo cadeado mágico em forma de dragão, o esperava. Olhou para Viviane Lisboa.

- É você, querida! Sua hora chegou de mostrar seu valor. Embarque imediatamente para Londres e entregue o báu ao gerente do Gringontes Londrino. Somente ele tem a senha para destrancar a caixa... Escolha mais dois aurores para irem com você... O restante embarcará comigo para o Rio de Janeiro.

Alguém questionou porque não aparatariam para a festa ou para Londres, como de costume e sem muito enrolar, esclareceu:

- A distância até a Inglaterra não ajudaria em uma aparatação segura com esse baú... Não podemos correr risco com ele... E também a aparatação acaba deixando rastros no continum espaço-tempo... Um especialista poderia traçar a rota e nos interceptar em pleno vácuo... Não nesta noite!!! Os fantasmas estão a postos pronto para dar um bote... Faremos tudo com segurança.

E voltando sua atenção para o grupo de aurores que iria a Londres, deu suas palavras finais:

- Vocês três!! Tenham cuidado... Não se descuidem, estejam sempre alerta.

E enquanto o avião de Péricles se aproxima do local do embarque, Viviane Lisboa e outros aurores entravam em um jatinho particular com destino a capital inglesa naquela importante missão.

"Sua hora chegou de mostrar seu valor.", as palavras do ministro ainda estava viva em seu pensamento. Era sua primeira missão oficial e Viviane estava acompanhada de outro dois aurores, que naquele momento tiravam um cochilo graças a ceia que acabara de ser servida por um comissário de bordo. Viviane observou com cautela todos os tripulantes e considerou que os únicos bruxos ali eram realmente só os aurores... isto a tranquilizou em parte.

Espiou na janela e o breu da noite salpicado por luzes cintilantes tomava conta de sua visão. Abaixo, um mar escuro tornava-se ameaçador... Decidiu que não olharia para fora novamente por um bom tempo.

Até aquele momento era um vôo tranquilo. Pouca turbulência, pouca conversa entre seus colegas... Se não fosse a tensão da responsabilidade sobre seus ombros poderia até aproveitar a viagem.

Deu uma olhada no fundo da aeronave e lá estava o baú metálico com um dragão encrustado em sua superfície, o protegendo de certa forma... Não aproveitaria em nada a viagem enquanto aquele baú não estivesse no fundo do Gringotes de Londres... Olhou para o relógio, era próximo da meia noite... não veria fogos... não veria nada... seus pensamentos se perderam em algum lugar de sua formação acadêmica no Educandário... adormeceu.