lago

Uma peculiar figura sentada nas barrentas margens do que antes era um plácido e límpido lago, lamenta e sofre com as perdas terríveis daquele inesquecível ano.

Umas das anciãs criaturas do Educandário, agora sozinha em seu trabalho de guardiã das mágicas pairagens da escola. Sente que fracassou em seu secular labor e sente ainda mais com a falta de seu grande amigo e companheiro Iramohn.

Seus olhos, recobertos por uma fina película de lamúrias se voltam para a imagem de um castelo parcialmente destruído. Uma tênue nuvem em seus olhos finalmente se condensa em uma lágrima e desce dolorida e pesada por sua face até atingir o solo...

Sentindo um clamor de ajuda e desespero, os corações dos bravos e valentes que ali ainda insistem em estar se exaltam e logo, um a um, se apresentam para confortar a triste criatura.

Caiári não está só... ainda...

Victor estava em seu escritório. Apesar de não ter sido devastado como tantos outros aposentos do castelo, seu estado não era um dos melhores... Tremores e rajadas impetuosas, geradas por magias ou simples ações físicas, colocaram a baixo as estantes de livros e desorganizaram todos seus documentos.

Era a primeira vez que ali estava após o semi-apocalipse...A poeira cobria tudo e todos os cantos e frestas e um desconforto vertiginoso, um misto de fúria e frustação, apoderou-se dele... Sentiu que fosse chorar, mas de repente um sentimento maior de tristeza e lamúria chamou sua atenção para o Grande Lago... Olhou através da janela e viu Caiári... Pela distância era impossível ver seus olhos, mas sabia que estava em um silencioso pranto... Em um segundo estava diante da fragilizada criatura.