Aula Transporte Bruxo - Chaves de Portal

#Abril 2025
#5º Ano: Aula de Transporte Bruxo - Chaves de Portal

Professor Victor entra na sala de aula com um imenso saco de lixo preto pendente as costas. Os alunos se silenciam com a chegada do professor e observam curiosos o que estaria dentro do saco, dando diversos palpites uns aos outros.

Quando chega em sua mesa, Victor acaba com a curiosidade de todos, despejando o conteúdo de seu saco em cima de sua mesa. Artigos velhos, sucatas e embalagens vazias se espalham pela mesa e algumas latas metálicas vão ao chão em um eco metálico que desperta os dorminhocos.

- O que tenho sobre minha mesa? - Victor perguntou, aguardando as respostas dos alunos que respondiam exatamente o que viam: caixas vazias de leite e cereais, latas amassadas de refrigerantes, papéis de balas e chicletes, escovas de dentes e cabelos quebradas, tênis e roupas esgarçadas...

A cada resposta, Victor liberava um "Errado!... Errado!... Errado!!!"

- Isto aqui não são o que pensam que são... Uma lata enferrujada de cerveja?... Errado!!!.. Isto aqui é Paris em 18 de Abril de 1993, 22 horas... E este?... Um pedal de bicicleta rachado?!?... Errado!!... Londres, 22 de Junho de 2014, meio dia... E isto?... Um chiclete mascado?!?.. NÃO!!!... Rio de Janeiro, 17 de Dezembro de 2002, 13:47...

Os alunos aparentemente não entendiam do que o professor falava, até que Victor finalmente revelou os mistérios daqueles objetos.

- Tudo isto são velhas Chaves de Portais... Todas devidamente registradas no Minsitério de Magia e recolhidas após o uso...

Victor passou de mesa em mesa distribuindo um objeto para cada aluno, enquanto falava..

- Chaves de Portal são meios de transporte muito parecido com a aparatação... os objetos que servem como chaves, devem ser escolhidos de forma a não despartarem o interesse de trouxas, por isso este bando de quinquilharia...

Assim que acabou a distribuição dos itens, com um gesto de varinha, Victor recolheu todo o lixo restante em sua mesa para dentro do saco preto... apenas uma tampa de maiosene restou sobre ela.

- Cada Chave de Portal deve ser encantanda para funcionar com um destino específico, em uma data e hora determinada pelo bruxo... Obviamente toda a chave de portal deve ser registrada no Ministério por fins de segurança nacional... Mas não entraremos neste mérito agora.

Victor segurou sua tampa de maionese e mostrou para os alunos, chamando suas atenções... o colocou novamente na mesa e sacou sua varinha.

- Com a varinha em mãos, visualizem o destino... Pensem na data e hora em que o objeto será ativado... Não tenham dúvidas a respeito disto senão o portal será ativado em horário aleatório ao pretendido, ou pior, vocês poderão viajar para um destino indesejado... Agora encostem a varinha no objeto e digam "PORTUS"

Ao toque da varinha, a tampa de maionese na mesa de Victor emitiu uma luz azulada, vibrou e retornou a aparência habitual... O professor tocou no objeto e de repente, na visão dos estudantes, foi como se ele tivesse sido sugado pelo próprio umbigo, sumindo no ar... Enquanto todos olhavam boquiabertos na direção onde o professor estivera, Victor surgia na penumbra do lado oposto da sala, assustando alguns alunos.

- Viram como é simples?!? ... Mantenham o foco no destino, na data e no horário para que a magia funcione com perfeição. Agora quero ver o que são capazes de fazer...

E em um instante, uma infinidade de Portus foram pronunciados, com alunos desaparecendo e outros estrunchados em plena sala de aula.

Citação :

[OFF: Realizem a rolagem dos dados no post específico, mas aqui valerá mais a imaginação da sensação de usar uma chave de portal e o que acontecerá com vocês do que o próprio sucesso da magia em si.]

Olavo estava batendo papo com suas amigas de turma quando é surpreendido pelo professor Victor dando uma de papai noel emo, carregando um saco preto nas costas... Alguém indagou o que poderia estar ali dentro e não perdeu a chance de sua gracinha do dia:

- Com certeza deve ser o corpo de algum aluno...

Mas logo as dúvidas foram esclarecidas. O professor jogou o conteúdo do saco sobre o mesa e uma infinidade de lixo se espalhou ...

- Não sabia que o professor tava colecionando quinquilharias agora...

- O que tenho sobre minha mesa?

O professor foi incisivo em sua pergunta. Claramente não estava para brincadeiras e queria uma resposta... não se atreveu a fazer firúlas diretamente para o professor e foi objetivo.

- Para mim, um monte de lixo, professor.

- ERRADOOO!!!

A resposta do professor foi tão sonora que o rapaz se encolheu todo e seus olhos ficaram na altura do nó de sua gravata. Conforme o som trovejante da desaprovação das respostas iam se multiplicando, Olavo sentiu-se seguro para deixar seu esconderijo.

- Isto aqui não são o que pensam que são... Uma lata enferrujada de cerveja?... Errado!!!.. Isto aqui é Paris em 18 de Abril de 1993, 22 horas... E este?... Um pedal de bicicleta rachado?!?... Errado!!... Londres, 22 de Junho de 2014, meio dia... E isto?... Um chiclete mascado?!?.. NÃO!!!... Rio de Janeiro, 17 de Dezembro de 2002, 13:47...

- Ah, sim...! E aquela calcinha freada é da Buffy, a caça-vampiros, e leva direto para a boca do inferno em Sunnydalle..

Seus colegas riram, mas logo corrigiram Olavo falando que eram chaves de portal... O que seus colegas falaram se tornou verdadeiro com a confirmação do professor.

Em uma rápida demonstração e explicação do funcionamento da magia, o professor encantou uma tampa e aparatou para a outra ponta da sala, quando a segurou.

- Viram como é simples?!? ... Mantenham o foco no destino, na data e no horário para que a magia funcione com perfeição. Agora quero ver o que são capazes de fazer

Parecia fácil... Olavo olhava para a tampinha plástica de refrigerante que o professor tinha posto em sua mesa, pensando no lugar que iria escolher para o destino... Pensou em seu quarto, na sua confortável cama...Mentalizou o horário, dentro de um minuto, e tocou com a varinha na tampinha falando: PORTUS

A tampinha rosnou para Olavo, que deu um pulo para trás quase caindo da cadeira, emitiu uma luz azul-esverdeada e retornou às características originais. Achou que não era seguro tocar na tampinha, mas o professor Victor olhava ameaçadoramente em sua direção e não teve escolha.

Estendeu o dedo indicador direito, que tremia... encostou na tampinha... Pareceu que um anzol havia-o fisgado pelo umbigo e o som tempestuoso do vácuo o sugando tomou conta de seus ouvidos enquanto era puxado pela linha invisível... Tudo ao redor ficou indistinguível até que de repente o "anzol" o largou... As imagens retornaram, mas diferente daquelas da sala onde Olavo estivera... Sentiu seu corpo em queda livre e o céu se afastando dele...estava no ar e mal deu tempo de gritar quando um forte estrondo e uma dor pungente dominou suas costas... Acabara de se chocar nas águas do Grande Lago... Por pouco não se afagou e quando conseguiu tomar conta da situação, maldisse a tampinha da garrafa, que manteve apertada em sua mão durante toda a queda, lançando-a o mais longe que conseguiu.